Atualmente, os oftalmologistas utilizam tomografia de coerência óptica (OCT) para fazer o diagnóstico da saúde dos olhos. As imagens em 3D captadas fornecem um mapa detalhado da retina, parte posterior do olho, mas são difíceis de ler e precisam de análise de um especialista de retina para interpretar. Além disso, diversas doenças podem apresentar achados semelhantes ao exame de OCT, dificultando o diagnóstico preciso.
O sistema desenvolvido pela DeepMind em parceria com o Moorfields Eye Hospital tenta agilizar e aumentar a precisão os diagnósticos. Ele detecta automaticamente as características das doenças oftalmológicas em segundos, o que pode agilizar o encaminhamento dos pacientes que mais necessitam de cuidados urgentes. Essa triagem automatizada pode ajudar muito pessoas com doenças como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética (edema macular diabético) a terem atendimento rápido e assim evitarem a perda da capacidade de enxergar perfeitamente.
Uma questão que muitos podem levantar é: mas ele dirá qual o diagnóstico e não saberemos como ele chegou a essa conclusão? É aí que está a parte mais legal. A nova tecnologia adota uma abordagem inovadora para esse problema, combinando duas redes neurais diferentes com uma representação facilmente interpretável entre elas. A primeira rede neural, conhecida como rede de segmentação, analisa a OCT para fornecer um mapa dos diferentes tipos de tecido ocular e as características da doença, como hemorragias (sangramentos), lesões, líquido irregular ou outros sinais de doença ocular. Ou seja, o sistema demonstra como ele chegou a um determinado resultado explicando detalhes da sua investigação. A segunda rede, conhecida como rede de classificação, analisa esse mapa para apresentar aos médicos os possíveis diagnósticos e uma recomendação de encaminhamento com a respectiva porcentagem de precisão, que será avaliada pelo médico responsável. Dessa forma o médico, em conjunto com a Inteligência Artificial, poderão tratar
melhor seus pacientes.
Os pesquisadores agora se preparam para submeter a tecnologia a novos processos de análise clínica e depois iniciar a etapa de regulamentação, para que o sistema seja autorizado a ser utilizado em larga escala. Ficamos felizes com essa
novidade, e esperamos que em breve tenhamos ela disponível e servindo para a garantia da saúde ocular de inúmeras pessoas.
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